As pessoas que costumam andar à noite por Belo Horizonte acreditam que a cidade está razoavelmente bem iluminada com suas milhares de lâmpadas de vapor de sódio, de cor amarela. Possivelmente, dentro de três anos, a impressão que terão será outra. Até lá, todas as 182 mil lâmpadas que formam o sistema de iluminação pública da capital terão sido substituídas por lâmpadas de LED, que iluminam muito mais e eliminam as áreas de sombra que ocorrem entre uma luminária e outra. Aí, com toda certeza, dirão que Belo Horizonte era uma cidade muito escura.
A responsável pela modernização da iluminação pública de Belo Horizonte é a Belo Horizonte Iluminação Pública (BHIP), empresa que nasceu em um galpão de uma construtora e foi a vencedora da licitação aberta em 2016 pela Prefeitura de BH para a contratação da empresa que seria responsável pela operação do sistema público de iluminação da Capital – tarefa que antes era da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). A BHIP é formada pelas empreiteiras Barbosa Mello e Planova, especializada em obras de infraestrutura, e pelas empresa Remo e Selt, que têm como área de atuação a engenharia elétrica.
Apesar de terem vencido a licitação em 2016, último ano do segundo mandato de Márcio Lacerda (PSB) na prefeitura de Belo Horizonte, a BHIP só teve a ordem de serviço publicada no Diário Oficial do Município (DOM) em maio deste ano. É que, ao vencer as eleições, Alexandre Kalil (PHS) resolveu reestudar, durante cinco meses, o contrato que seria firmado com a BHIP, que está investindo R$ 400 milhões na modernização dos 182 mil pontos luminosos da capital.
Troca das lâmpadas começou em junho
A BHIP iniciou seu trabalho no dia 22 de junho. Em 23 de outubro, deu início à troca das lâmpadas de vapor de sódio, de cor amarelada, pelas modernas lâmpadas de LED, trabalho que está previsto par terminar no final de 2020. A princípio, como conta Bruzzi, a ideia era iniciar a modernização pelo hipercentro. Porém, um pedido de Alexandre Kalil modificou a programação. “Ele solicitou que iniciássemos pelas áreas de periferia, pois são esses locais em que o trabalhador acorda enquanto ainda está de noite e, muitas vezes volta no momento em que ja escureceu novamente. São nesses lugares que temos índice maior de criminalidade. É iluminar para quem precisa”, lembra.
Com o pedido de Kalil, Venda Nova tornou-se a primeira região da cidade a receber a iluminação de LED. Até agora, quatro mil lâmpadas já foram trocadas. Com a mudança de planejamento, a troca da iluminação no hipercentro ficou para o ano que vem. Apesar de já ter ocorrida a troca em alguns pontos, ainda não é possível estimar se houve diminuição da criminalidade nestes locais, como era esperado.
Tempo de atendimento foi reduzido de oito para dois dias
Além de garantir uma melhor iluminação, as lâmpadas de LED possibilitarão uma redução de 45% no gasto de energia com a iluminação pública. Essa é uma das metas que a empresa pretende alcançar. As outras são: redução na taxa de falha das luminárias, adequação da iluminação da cidade às normas brasileiras de iluminação pública e melhoria na qualidade no atendimento ao cidadão.
Nesse último quesito será levado em conta a agilidade em atender ao pedido de troca de lâmpadas. Bruzzi lembra que quando o atendimento era feito pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a demora era de seis a oito dias. Pela BHIP, isso é feito no prazo de 12 a 48 horas.